O assunto é polêmico, divide opiniões e é cercado de tabus. Mas a verdade sobre a educação sexual é que ela é fundamental e deve fazer parte da vida familiar e escolar de crianças e adolescentes.
O primeiro passo da educação sexual começa certamente na infância e deve ser ensinado pelos familiares mais próximos, responsáveis pelos cuidados diários com a criança. E não, esse ensinamento não vai tirar a sua inocência ou transformá-la em qualquer outra coisa. Ele é adequado à idade e deve ir evoluindo à medida que novas fases vão surgindo na vida dela.
Os crescentes casos de abuso e a falta de conhecimento de muitos jovens sobre o funcionamento do seu corpo, a prevenção de doenças e gravidez precoce dão a dimensão da importância de se falar e introduzir a educação sexual nos contextos familiares e escolares.
Vamos falar sobre esse assunto, desmistificando seu conteúdo e trazendo a sua importância para o centro do debate? Acompanhe com a gente tudo o que você precisa saber sobre educação sexual!
O que é educação sexual?
A primeira coisa que é preciso esclarecer sobre a questão é que educação sexual não se limita a falar de sexo. Ela deve ser inserida no contexto familiar e escolar, de acordo com a idade e entendimento da criança ou adolescente.
Nomear as partes do corpo pelo seu nome correto e ensinar que existem aquelas guardadas à intimidade é o primeiro contato que a criança tem com o tema educação sexual.
Ao esclarecer e reforçar esse conhecimento, você já introduz noções de cuidado e higiene com a região íntima, além de ensinar por quem e com qual objetivo essas partes podem ser tocadas (higiene e limpeza).
A educação sexual é um processo de ensinamento que engloba o valor e respeito aos corpos, próprios e de terceiros, sentimentos, prazer, emoções e relacionamentos, para promover, saúde, bem-estar, consciência e aprendizado sobre questões que permeiam todas as fases da vida de uma pessoa.
Por que falar de educação sexual?
A sexualidade faz parte do desenvolvimento natural do ser humano, desde o dia em que nascemos. Ao falar desse assunto, estamos levando informações sobre saúde, o corpo humano, responsabilidade, consentimento, sentimentos, diversidade.
Falar sobre educação sexual é abrir o diálogo com informações sobre assuntos pertinentes à vida do ser humano em formação, principalmente na adolescência. Por isso, a temática deve permear sistematicamente a vida dessa criança ou adolescente, muito antes do primeiro contato sexual.
A educação sexual é o melhor caminho para evitar inúmeras situações que expõem diariamente esses indivíduos a situações de perigo. Entre os principais benefícios da abordagem estão:
É preciso que adolescentes conheçam a importância do uso do preservativo nas relações sexuais para evitar doenças.
Muitas meninas menstruam e não sabem que, com isso, correm o risco de engravidar, se não utilizarem nenhum método contraceptivo. A educação sexual engloba o conhecimento sobre o sistema reprodutivo, auxiliando o aprendizado sobre seu funcionamento.
A educação sexual promove o conhecimento correto sobre seu corpo, noções de intimidade e consentimento. Dessa forma, é possível reconhecer toques e carícias indevidas.
A Unesco realizou uma série de estudos sobre os efeitos da educação sexual e também apresentou instruções para programas que trazem a temática, constatando que eles contribuem para:
- início tardio das relações sexuais;
- redução da frequência de atividade sexual entre os jovens;
- redução de relações arriscadas;
- aumento no uso de preservativos;
- aumento no uso de contraceptivos;
- maior conhecimento sobre gravidez e IST’s;
- prevenção do HIV.
Educação sexual nas escolas
A inclusão da educação sexual nas escolas é motivo de polêmica e debates acalorados na sociedade, pois parcela da população acredita que trazer o assunto pra escola vai incentivar a prática sexual entre os jovens, expondo-os à sexualização precoce.
Há ainda quem defenda que sexualidade é assunto que deve ser tratado apenas pela família, já que a forma como a sexualidade é enxergada varia conforme a cultura, religião e crenças de cada família.
Por outro lado, os dados apontam que a maior parte dos abusos sexuais contra crianças e adolescentes acontece justamente dentro de casa, por pessoas próximas e de confiança, como pais, padrastos e avós.
Por isso, alguns especialistas defendem que o assunto seja abordado pela escola, para que essas crianças consigam identificar a situação pela qual estão passando e possam ser protegidas pelas denúncias.
A Organização das Nações Unidas oferece instruções sobre como desenvolver e aplicar um currículo para o tema. Mesmo entre quem defende a inclusão da educação sexual nas escolas, não há um consenso sobre a abordagem ideal.
O programa da organização propõe que devem ser considerados outros aspectos da sexualidade para além da saúde, como questões de gênero e diversidade, com objetivo de promover o respeito.
Enquanto alguns profissionais defendem que a abordagem da escola deve se restringir a proporcionar informações referentes à saúde, como prevenção de IST’s e gravidez na adolescência, sem levantar as questões de gênero e orientação sexual.
Enquanto não se decide a abordagem, a informação e o ensinamento continua difuso e muitas vezes inexistente, já que algumas famílias também não abordam o assunto, ou por desconhecimento, ou por medo de estimular a prática sexual.
A verdade é que esse silenciamento e tabu envolvendo a educação sexual não cria um ambiente aberto e seguro para que adolescentes, principalmente, tenham suas dúvidas e curiosidades sanadas. Em muitos casos, o ensinamento virá por meios não confiáveis, expondo-os a maiores riscos.
Agora que você entendeu a importância de abordar a educação sexual desde a infância, compartilhe esse texto com alguém que precisa ler!
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